Naturalmente

 

 

A oração indígena do silêncio:
Sente-se à beira do amanhecer, o sol nascerá para você. Sente-se à beira da noite, as estrelas brilham para você. Sente-se à beira do rio, o rouxinol canta para você.
Sente-se à beira do silêncio, Deus vai falar com você."
( Avagana Daçui-rá )

 

 

 

O meu cotidiano anda assim tão naturalmente simplificado.Que afugenta-me tudo que possa representar um complicador nesse novo rumar.Reparo nos rios e nos mares. E nos seus movimentos tão naturais.Agrada-me extremamente este remar a favor da correnteza ou o leve flutuar.Caminhos extremos deixaram-me tão desencantada.Que o brilho do sol e uma estrada tranquila cativam-me intensamente.Paro de pensar no que acontecerá.Espero que aconteça com todas as suas possibilidades.Não ganhava nada com memórias sofridas.Somente dores e lágrimas que não faziam mais sentido.Guardei tantos bons tesouros no coração.Que de quando em quando eles transbordam em meus sonhos e conseguem amanhecer comigo.Sou lua minguante e posso ser também crescente.E nessas noites de luas novas aguardo pelas noites inspiradoras de luas tão cheias.E começo a querer o cheiro da Natureza cada vez mais perto. Os centros urbanos dizem-me tão pouco nesses momentos de silenciar.Que desperto algo de indígena que habita na selva da minha vida.E canto e danço para chover cada vez mais nas hortas das minhas verdades.