cinzas e fogo




Começou a relembrar enfim.O que de melhor restou de cada história.E o traço derramado nos dias mais tristes.Misturam-se aos dias felizes e compensam todos os rios de lágrimas derramados.Coragem e remorso.Aflição e medo.Em pedaços ou por inteiro fica um coração que entregou-se até o fim. Soube vestir a fantasia do querer sem temores.E ao findar de um Carnaval de emoções.Teve que despi-la com todas as cinzas que trazia no peito.E a orquestra já nem tocava mais o belo refrão daquela marchinha tradicional.Os bares fecharam ao amanhecer e os blocos não passavam nas mesmas avenidas.Os endereços continuavam os mesmos.Mas seus moradores eram estranhamente indiferentes aos dias de folia.Traziam suas mágoas de amores perdidos.Gelaram seus sentimentos de outros distantes Carnavais.Passou a moça por ali.E dos seus olhos verteram duas lágrimas.Nenhum morador pode vê-las.Fez questão de enxugá-las .Pela quarta-feira de cinzas e com o fogo da esperança a queimar.Qualquer um decifraria o enigmático olhar de quem aguardava um novo amor!

Comentários

Lucia disse…
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Un sentido relato de desamor, de penas, a pesar del carnaval, de la querencia al natural, desnuda. Pero no todo es color de rosa en el amor, y la desventura llega, como en el caso de la jovencita de esta historia. El amor no es cosa. Segura. Un abrazo. carlos
alfacinha disse…
gosto muito dos seus escritos ,inspiram-me
um abraço