




Raimundo era um homem extremamente solitário.Mas já estava tão habituado a essa condição
de vida:que o tempo se arrastava lentamente como quem cobrava uma dívida que jamais
poderia ser paga.Sua juventude foi feita de perdas e fatos isolados,ambos ligados à dor.
Seus pais lhe abandonaram criança ainda numa fazenda do interior de Goiás, para morar
com os tios, que poderiam lhe dar um futuro melhor.Herança,poder,dinheiro e nenhuma
felicidade foi o que seus tios lhe deixaram.Mágoas de seus pais ele nao conseguia sentir.
Estava certo de que se eles não tivessem tido aquela atitude radical, fatalmente ele teria
morrido na aridez da pobreza do Nordeste.E do seu pai lembrou a vida inteira por conta
dos desafios que tinha que enfrentar.Todas as vezes em que o desânimo e a angústia lhe afligiam ouvia nitidamente a voz calma e de timbre grave do seu pai lhe dizendo:__Os nossos desejos meu filho, são como os cavalos.Eles não devem decidir para onde devemos ir,mas sim nos ajudar a
chegar mais rapidamente a esse lugar.
Um fio de navalha cortava o seu peito como uma sensação indescritível:era o medo da solidão
que lhe visitava ao amanhecer e só ia embora ao dormir.Tentou fazer viagens,conhecer pessoas novas,e todos os recursos que a modernidade lhe trazia.Tudo em vão.Deveria ter conservado
os empregados mais antigos,ter casado,ter tido filhos? Perguntas e mais perguntas que ele mesmo se fazia.Deitado na rede da sua imensa varanda,Raimundo fecha os olhos e uma lágrima
quente e solitária rola no seu rosto envelhecido.E ali mesmo ele morre.
No dia seguinte na capela local dois vizinhos velam seu corpo e comentam em voz baixa:__Bem
que me disseram que a tal da solidão mata.
de vida:que o tempo se arrastava lentamente como quem cobrava uma dívida que jamais
poderia ser paga.Sua juventude foi feita de perdas e fatos isolados,ambos ligados à dor.
Seus pais lhe abandonaram criança ainda numa fazenda do interior de Goiás, para morar
com os tios, que poderiam lhe dar um futuro melhor.Herança,poder,dinheiro e nenhuma
felicidade foi o que seus tios lhe deixaram.Mágoas de seus pais ele nao conseguia sentir.
Estava certo de que se eles não tivessem tido aquela atitude radical, fatalmente ele teria
morrido na aridez da pobreza do Nordeste.E do seu pai lembrou a vida inteira por conta
dos desafios que tinha que enfrentar.Todas as vezes em que o desânimo e a angústia lhe afligiam ouvia nitidamente a voz calma e de timbre grave do seu pai lhe dizendo:__Os nossos desejos meu filho, são como os cavalos.Eles não devem decidir para onde devemos ir,mas sim nos ajudar a
chegar mais rapidamente a esse lugar.
Um fio de navalha cortava o seu peito como uma sensação indescritível:era o medo da solidão
que lhe visitava ao amanhecer e só ia embora ao dormir.Tentou fazer viagens,conhecer pessoas novas,e todos os recursos que a modernidade lhe trazia.Tudo em vão.Deveria ter conservado
os empregados mais antigos,ter casado,ter tido filhos? Perguntas e mais perguntas que ele mesmo se fazia.Deitado na rede da sua imensa varanda,Raimundo fecha os olhos e uma lágrima
quente e solitária rola no seu rosto envelhecido.E ali mesmo ele morre.
No dia seguinte na capela local dois vizinhos velam seu corpo e comentam em voz baixa:__Bem
que me disseram que a tal da solidão mata.
Comentários
Belo conto. Dá para refletir.
Coincidiu com o meu Post de hoje.
Dinheiro X Felicidade.
Abraços
Fred
Qual a origem das figuras?
Fred
Bom, falando em dinheiro x felicidade, e pra descontrair um pouco a caixa de comentários... Quero dizer que dinheiro não traz felicidade: Dê-me o seu e seja feliz rs. :)
Beijão e um ótimo dia!
Rico
Se me chamasse Raimundo,
seria rima.
Não seria solução."
Quem foi o poeta que disse isso, Lia ? Drummond provavelmente...
Bom sábado pra você.
bjs,
JÔKA P.
:o)
Tudo bom?
Fui vendo alguns blogs e seguindo os links até chegar aqui, ao seu cotidiano. Estou a adorar!
Beijo Grande!
Se la vie.
beijos e bom fim de semana.
passei e a janela estava fechada.
Deixei umas flores na soleira da porta da frente, mas na sombra que o sol da tarde é forte.
Volto depois, cheio de esperança em vê-la.
Bjs,
bom domingo,
JÔKA P.