A escolha.


" A minha consciência tem
para mim mais peso do que
o mundo inteiro."
Cícero



Não havia nada no mundo que fizesse Déborah se sentir feliz.Apesar de viver numa
mansão cinematográfica,rodeada de empregados que lhe serviam de todas as maneiras possíveis e necessárias.Seus olhos encontravam-se distantes.Sua mãos sempre gélidas e sua voz embargada,como se o choro quisesse se soltar infinitamente.
Casara-se há cerca de dez anos com um conde Italiano.Um homem muito poderoso ,que a cobria
de jóias e mordomias.Mas que nunca perguntou a ela sobre o seu passado.Não se interessava,ou mesmo temia o que poderia escutar.A verdade que jamais o assunto da casa ou das tantas festas
e viagens que os dois participavam era o passado de Déborah.Parecia mesmo que a vida dela havia zerado,e começado outra vez naquele Carnaval de noventa e cinco,na Marquês de Sapucaí,
quando os dois se enamoraram.Déborah tinha vinte anos,estudava Jornalismo e tinha se casado
há um ano com David,um homem agressivo e intolerante,que a fazia chorar todos os dias.Um
homem que só inspirava medo e compaixão da parte dela.Era impossível amar uma pessoa como aquela--diziam os amigos e até mesmo os parentes dele.
O amor arrebatador que Deborah sentiu por aquele italiano,era algo inexplicável,que levou-a à
loucura.Conheceu pela primeira vez o amor,as carícias e o prazer de ser mulher.Seu corpo feminino finalmente despertou do sono profundo que vivia.Mas como contar ao déspota David que ela queria outra chance para ser feliz?E o filho de seis meses,que ficava sob os cuidados da avó,mãe de David,enquanto Deborah trabalhava e estudava o dia inteiro?À noite se revirou na
cama,David,sempre indiferente,nem percebeu que ao seu lado existia uma mulher sem sono,sem
paz e que desejava muito encontrar o caminho da felicidade.Faltavam três dias para o seu amor
italiano partir,e seu desejo desesperado de ir com ele,a fez esquecer de tudo.Sua vontade de buscar um novo rumo foi maior do que o apêgo que tinha ao filho e aos seus pais e irmãs.Com o passaporte em mãos,ela procurou seu pai e contou-lhe sobre a sua decisão de ir embora do país.
Ele confirmou o que ela imaginava.David de modo algum deixaria você levar o menino,ele é apaixonado pelo filho!Ela então,na véspera de viajar passou à noite na cabeceira do berço do filho
olhando e acariciando-o.Chorando suave e interminavelmente .Por dez longos anos,aquela cena
não abandonou-lhe.David foi morar em outra cidade com o menino,e toda a sua família perdeu o contato com eles.Como estaria o filho,agora com dez anos?O que se passaria na mente dele?
Será que odiava a mãe por tê-lo deixado?Será que teria feito falta ao menino por todos esses anos?Dúvidas e mais dúvidas corriam como um filme em sua cabeça.Aquela casa,aqueles tantos
empregados,o marido que a rodeava de paparicos,as recepções e encontros sociais repletos de pompas.Tudo começou a soar-lhe falso,sem sentido,sem razão.Nada conseguia trazer-lhe o alento,a leveza e a calmaria que precisava ter na consciência.

Comentários

Anônimo disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Jôka P. disse…
LIA,
tira correndo esses comments em inglês aí, tá !!!
São uns Spans diabólicos !!!
Nem pense em clicar nos links que eles oferecem...
Sabe Gremlins que se multiplicam ?
Então.
:)
Jôka P. disse…
LIA !
O seu texto é tão fluente e legal de ler !!!
E essa ilustração moderna, bacanérrima e super poderosa ?!?!
UAU !!!!
Aqui é quase uma VOGUE, né ?
bjs,
JÔKA P.
Anônimo disse…
Coitada dessa moça! Fiquei até com dó. Como é duro ser feliz. Bah!!!!!
Beijo. :D
Anônimo disse…
oi Lia!!!! tem mais um monte de fotos lá... vem ver, vem! um beijo!
Anônimo disse…
Lia, que susto tomei com JÔka dizer que tem gremlins diabólicos querendo sabotar nossos blogs. Cuidado. Vou ter tb.
Liliane
Anônimo disse…
Olá, Lia!

Nem sempre nossas escolhas são acertadas, mas sempre podemos corrigí-las. Há sempre um meio e um fim para um começo. O importante é quem criou o filho não fazê-lo odiar a mãe, falar os verdadeiros motivos pelo qual teve que abandoná-lo.

Um beijo
Angela Ursa disse…
Lia, essa frase de Cícero me fez lembrar da expressão "consciência pesada".
A história é boa para a gente refletir. Beijo da Ursa!
Jôka P. disse…
LIA,
querida amiga ,
BOM DIA !!!
Que o seu dia seja da melhor qualidade pra você hoje...
e sempre !!!
Bjs,
JÔKA P.
:)
Wilton Chaves disse…
Bom dia!
Lia querida, acho irritante estes comentários em inglês, faça como o amigo Jôka recomenda, delete-os.Não vai acrescentar nada a você.Um bom texto, gostei.Sua narrativa é muito interessante e muito rica em detalhes do universo feminino.Beijos. Foi bom estar com a doce amiga, no msn.
Janaina disse…
Mas e aí? Deborah viu o filho de novo? Que maldade essa história maravilhosa não ter uma continuação...