Rosto esquecido.





Aquele homem ficara marcado para sempre na sua lembrança.Ele vivia há anos trancado naquele porão da antiga casa da fazenda de seus avós.Trabalhara há tempos como agricultor,
e ninguém sabia dizer ao certo a causa de seu isolamento.Seu nome era Vicente,tinha dois filhos
e uma mulher que o abandonara para mudar para a cidade grande no final dos anos sessenta.
Mas ,ele manteve-se fiel aos seus patrões e continuou cultivando e cuidando de todas as tarefas
agrícolas dali.Quando era criança ainda,desceu até o porão para tentar ver como vivia ali esse estranho homem.Era noite de lua cheia,e por um pequena fresta pôde visualizar o seu horrível
rosto,totalmente desfigurado.Perguntou aos seus avós,aos tios ,aos pais e aos primos,ninguém
lhe esclareceu.Depois de alguns anos,quando voltou naquele lugar encontrou o porão
vazio.Vicente havia morrido sozinho,sem ao menos pedir socorro.Só então descobriu o grande mistério que rodeava a vida daquele ser.Ele mesmo ateara fogo no seu corpo quando descobriu que a mulher partira com seus dois filhos havia morrido de doença incurável.E desde esse dia,isolou-se no porão como um animal.Com medo de ser visto,com pavor de conviver com a sociedade.Apesar de ter sido procurado por todos da região,inclusive por médicos trazidos por seus patrões,ele optou pela
auto-flagelação.Viveu assim por mais de trinta anos,no fundo desse porão,visitado por aquele que ,desde menino sonhava desvendar o mistério que envolvia aquele homem desfigurado.Pela primeira vez entrou no porão .No chão alguns pedaços de madeira riscados com
filetes por Vicente.Palavras desconexas,que na teia da solidão, podem significar muito:__ A escuridão apagou a dor do tempo.

Comentários

Taia disse…
Tem dor que nem a escuridão consegue apagar. Que triste!
Beijos e luz nessa escuridão!
Angela Ursa disse…
Nossa, Lia, que história triste! Como sofreu esse homem! Beijos!
Vivian Massignan disse…
Lia, vir aqui é sempre um presente. Não tenho comentado, ando meio sem tempo, mas passo aqui quase todo dia. Adoro o teu jeito de escrever, as imagens, a criatividade de ter sempre tantos assuntos, e sempre trazidos com tanta delicadeza.
Um beijo bem grande!
Gil Dantas disse…
Oi Lia minha querida voltei de viagem, a cá estou. srsrsrs;)Gostei mto desse seu último post. Ainda mais eu que voltei cheia de lembranças e historias. Abraços!
Lívia Condurú disse…
Gostei muito do seu blogger...

As imagens são suas?

Irei linká-la, ok?

Um beijoca
Menina Marota disse…
A dor pode não matar o físico, mas mata a alma...

Um relato impressionante, da dor do ser humano.

Um abraço ;)
Jôka P. disse…
MENINA !!!
Quanta garota bonita aqui !!!
Vim agradecer a super força que me deu ontem !!! Você é um amor, e ainda atura os meus maus humores, né ?!
Pode saber que apesar dos meus pitís eu gosto MUITO de você !!!
Réré.
AH !
Um lindo texto, hein !
Quando você escreve prosa eu acompanho melhor... prefiro.
E quando é tristinho assim, me acabo.
Poesia cê sabe...não entendo.
Louro...natural.
neurônios lourinhos..
Bjs,
JÔKA P.
Lívia Condurú disse…
Obrigada pelo seu passeio em minhas memórias...
Agora, "linkadas", uma a outra talvez, possamos recontar nosso cotidiano com memórias.

Um beijo.
Anônimo disse…
São figuras marcantes.A história, remete-me as estórias contadas por minha mãe.A intenção dela era nos fazer dormir, mas o que eu tinha eram pesadelos.