Imaginarium






" Saudade, resto
de amor que deu certo."
Baden Powell




Ela descia a escada desesperada, queria tanto que o seu amor a esperasse na porta.Há mais de quatro anos ele viajara , e nem ao menos lhe dera um telefonema avisando.E ela guardou na sua boca o gosto da boca dele, no seu corpo as marcas do amor maravilhoso que sempre fizeram.E no silêncio do dia, conseguia ouvir claramente a sua voz lhe dizendo palavras ou frases desconexas , que pra ela faziam tanto sentido.Por todos os dias nestes anos de abandono, ela o esperava na porta da casa onde morava às seis da tarde, horário habitual da sua chegada, sempre com uma pão ou doce que ela apreciava, ou um outro agrado qualquer.Nas paredes da casa, por baixo dos quadros , ele grafou com lápis , que a adorava, até hoje quando relê,ela sente o frio da emoção daquela explícita declaração de amor.Por onde andará aquele homem que um dia olhou para o céu e prometeu para a sua mãe que buscaria à lua para a sua filha, se ela assim o quisesse.No entanto foi somente a saudade que ele lhe deixou, o cheiro do seu perfume que sobreviveu ao tempo.Essa mistura de medo, dor e solidão, compondo uma enorme brecha .Nunca mais a sua vida foi a mesma, a longa e interminável espera a faz delirar muitas e muitas vezes com a imaginária presença daquele homem, que com um simples olhar : a desnudava e a matava de prazer.



Comentários

Marco Aurélio disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Marco Aurélio disse…
Lia

Já ia me esquecendo de te falar. Já fui diversdas vezes em Vila Velha. Fico sempre na praia da Costa. Tenho um amigo Professor da Ufes que mora ai.Dê um abraço no seu filho e espero que ele realmente aprenda algo significativo no Boatemática.
O resultado da enquete sai nesta segunda.
Podíamos mesmo dar o troféu abacaxi para o chato do Faustão.
Estou esperando o envio de sugestões. Prefiro que seja no blog.Que tal um pouco de literatura neste sábado? Dê uma conferida no poema PÊNDULO na postagem de hoje.


Um abraço

29/4/06 09:18
Nirton Venancio disse…
Minha cara, o bom do seu conto é que você deixou um espaço no final. Um recurso inteligente que valoriza o sentimento de saudade que o texto trata. O conto prolonga-se na leitura. E esse espaço é preenchido por quem lê. É interminável.
Taia disse…
Amar e enlouquecer por não saber deixar de amar.
Quase senti isso.
Culpa de Vila Velha...haha
Beijos.
Anônimo disse…
Belíssimo conto, envolvente.
Lia querida, meu nome ainda consta do blog em conjunto faz tempo que não escrevo por lá, mas voltarei.
lindos dias,bom feriado!
beijossssssssssss
Anônimo disse…
Olá, Lia!

Sinal que o amor marca mais do que queremos.

beijos e bom feriadão