

" Não se deve julgar um homem pelas suas qualidades,
mas sim pelo uso que faz delas."
( La Rochefoucauld )
Me comporto bem pelas ruas
mas sou da favela.
Vou de terno e gravata no trânsito da vida
tentando esconder o meu sangue de negro
minha origem humilde.
Descarto as conversas prolongadas
por quase sempre revelarem
meu sotaque vulgar.
Já corri da polícia sem ter motivo algum
apenas por ser pobre e sem prestígio.
Agora num carro importado pouco me importo
com a fumaça da poluição
porque dentro dele o ar condicionado camufla
o odor e as fuligens da cidade grande
e mesmo não estando dentro do morro
ele mora inteiramente dentro de mim.
Comentários
O poema é um romance inteiro, por todas essas histórias em cada frase, por essas vidas em cada verso. O final é perfeito, pungente!
hoje já não se vê quem pela roupa que veste, todos iguais circulando pelos mesmos caminhos...
Lindo poema seu.
Lindo dia,
beijosssssssssss
Sim, Lia, fui eu que criei aquele testículo, hehehe.
Beijão e bom fds.
Grato pelas palavras. Só sabia que és carioca, mas de onde tirastes esta favelada? E é claro que Portela, Madureira, Nitéroi ou a Baixada não saí de dentro de ninguém e mesmo sem carro faz bem tanto que sinto uma saudade danada! Garota, um bom fim de semana!Favelada, ou não, a roupa não importa muito mesmo. Importa é gostar e, espiritualmente, I love you. S.
Bjos.