Bailando com a saudade







Em belos sonhos sempre se inspirou.Quis ser bailarina num palco imaginário.Bailando entre músicas encantadoras.Rodopiando até tontear.Foram passos lentos e outros mais apressados.Mágoas e alegrias acumuladas.Poemas e cantigas tão verdadeiramente sentidos.A menina cresceu sem o seu poeta preferido ao seu lado.Mas fez dele sua imagem e referência.Seguindo-lhe os caminhos.Adivinhando-lhe pensamentos e sangrando em dores a cada dia que teve que amanhecer sem a sua presença.Ponta de faca afiada cortando fora a fora o peito dessa doce menina.E ela resolveu construir uma casa imaginária.E guardar dentro dela tudo o que restou dos anos passados.Mobílias não seriam úteis.Ninguém assentaria dentro da casa.E tão pouco dormiria o sono do esquecimento em seu interior.Era uma casa de vivências.Pretéritas e tão presentes.Cheiros e sensações rodeavam cada canto.Uma memória tão precisa que seria até capaz de ver ou ouvir rostos e vozes.Umas poucas rimas caberiam agora.Porque o tempo embala tudo em papel bem refinado.O mesmo tempo capaz de engavetar lembranças.Tem o poderoso dom de resguardar o coração do rasgo irreparável da perda.Colocando ali bem dentro o tal pulsar dos sentimentos.Um leve e cicatrizante lenitivo: a saudade sutilmente aromatizada.Com flores e cores marcantes.Uma breve pausa para o sofrimento da menina que necessita bailar pelos palcos da vida

Comentários

PAULO TAMBURRO. disse…
OI LIA,

a foto do conserta-se disco voador não conseguiu, ser melhor que o seu texto, mas é única!(rs)

Um abração carioca.
Graça Pires disse…
Um belíssimo texto, amiga. Gostei da ideia de bailar com a saudade...
Beijos.
Lia Noronha disse…
Obrigada pelas valiosas observações querido Paulo.
abraços meus.
Lia Noronha disse…
Graça: querida que bom ter vc no meu Cotidiano...fiquei tão feliz!! bjinss